Por Marcelo Sanzoni
É quase impossível se falar de skate sem falar em liberdade e evolução, mas ultimamente tenho reparado que uns skatistas conservadores estão batendo muito de frente diretamente com essas questões, com coisas que “deveriam ser como eram antes” ou “não se pode ser skatista e ouvir x ou y tipo de música”.
Na real, chegou ao ponto de se entrar num grupo de skate no Facebook e ter discussões sobre “sexualidade do filho do Superman” ou “Pablo Vittar tocar no Rock in Rio”, e na minha cabeça é uma questão tão simples, basicamente FO#@-SE! Não venham com a hipocrisia de falar que o skate sempre foi só paz e amor e que nunca viu nada de errado em seus rolês por aí! Nos últimos anos parece que existe uma seita de skatistas puritanos que quer dizer o que é skate ou quem é skate, até mesmo sobre o que iremos aceitar como skate!
Na moral, temos até relatos de skatistas hoje que não podem passar para Pro ou que perdem patrocínio/apoio por se meterem em confusões ou afirmar publicamente que são usuários de algo que hoje ainda é considerado droga em nosso país, mas sem esquecer que quando o Chorão fazia era porque ele era essência, era porque ele era de verdade, e não só o Chorão, mas muitos outros até na gringa! Quando era nas antigas era legal, mas a molecada fazer o mesmo é criminalizada até pelos próprios skatistas.
Nesse bolo entra também essa coisa do “na minha época”. Sua época já foi! Lembre-se com carinho, repasse ela para as novas gerações, mas não venha diminuir as outras gerações! O skate tem e teve vários momentos, um diferente do outro, o skate sempre se renova, mas sem perder suas essências básicas! Não venha pedir respeito para a molecada se você não souber respeitar a geração dela, assim como a molecada deve sim respeitar as gerações que vieram antes e deveriam conhecer suas histórias.
Para não esticar muito, o skate deveria, na teoria e na sua essência, ter espaço para todos. Aprenda a respeitar o gosto dos outros e entenda que isso não significa que devemos respeitar o seu “hate” pelas outras gerações ou gostos, a comunidade do skate deveria ser um espaço livre, deveria nos dar a liberdade de sermos nós mesmos e não apenas o skatista idealizado na cabeça de meia dúzia. Vamos curtir o rolê e vamos continuar tratando e respeitando todos no rolê de forma igual. Ninguém é melhor que ninguém, somos apenas loucos apaixonados pelo skate. #eusouskatista
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Marcelo Sanzoni Skatista, com o trabalho em mídia no Canal Eu Sou Skatista desde 2016, militante do skate e sempre focado em divulgar a cultura e a essência do skate, transmitindo pelo menos duas lives por semana no Instagram a mais de um ano e dando voz a lendas, skatistas do dia a dia e fomentadores do skate, aquele que já entrevistou do menino do bairro até Sergio Negão e Tony Hawk, sempre por amor ao skate!. |